Música para idosos: relato da musicista Clara Klein

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A música é uma atividade que gera muitos benefícios para seus adeptos. Já é comprovado que a música gera endorfina, que é uma substância natural produzida pelo corpo, que gera a sensação de prazer. Por isso a música nos proporciona o bem estar, melhora o humor, a concentração e até o raciocínio lógico, além de reduzir a ansiedade.

Aqui na Angels Life recebemos toda semana a visita da Clara Klein, musicista há 30 anos. A Clara nos contou um pouco mais sobre sua experiência em nossos residenciais e como os idosos recebem a música em suas vidas.

Veja confira o relato completo abaixo:

“Embora formada em piano, órgão e canto, nunca parei de me aprimorar. Faço aulas até hoje. E isso foi um fator importante pra conquistar esses queridos… É um público bem exigente!!! Comecei a tocar para idosos em 2014, quando minha mãe precisou ser internada numa Casa de Repouso. Gostei muito da experiência, e da interação das pessoas, paciente x paciente, paciente x cuidador, e paciente x musicista.

Coisas incríveis acontecem. No meu caso, em particular, por já estar tocando profissionalmente há 30 anos em festas e casamentos, e saber tocar todos os estilos de música, ter estudado vários idiomas, eu sempre consigo um jeitinho de “entrar no mundo” da maioria dos pacientes.

Um desses casos foi de um senhor judeu que nunca participava da reunião. Quando eu descobri que ele era judeu, eu comecei a tocar e cantar músicas judaicas (meu pai era judeu). A felicidade e a surpresa dele foi tão grande que ele parou de ler jornal no horário do “sarau” e se uniu ao grupo e começou a cantar todo tipo de música, e inclusive “encomendar” músicas! Ele ficou muito mais sociável e alegre. Os que são muito católicos eu toco e canto aquilo que eles estavam acostumados a ouvir e cantar. Os que são evangélicos a mesma coisa. Há um caso de uma senhora americana evangélica, em que levo hinos em inglês e como nessa mesma casa existem outras senhoras evangélicas, depois eu dou uma continuidade em português, e todos ficam muito satisfeitos. Muitos se emocionam e choram. Percebo que eles necessitam dessa conexão com o divino…”

As mudanças de comportamento

“Acredito que os principais componentes desse trabalho que faz com que eles gostem tanto, é: primeiramente, perceberem que faço com muito carinho, e que sempre me esforço em me aprimorar cada vez mais em tudo; e o segundo componente, tão importante, é o carinho e o amor com que os trato. Procuro estar sempre alegre, e prestando muita atenção em cada um, e incentivando-os a cantar e se alegrar, e levando as músicas que cada um gosta. Quando eles se sentem queridos e amados eles dão um retorno que nós nem imaginaríamos que eles dariam. Pessoas que nunca abriram a boca, começar a cantar; isso não tem preço!

Os pacientes que são irrequietos, nervosos, chorões, eles se aquietam com a música, e chegam até a dormir. E os extremamente agressivos também se acalmam; e há casos até de elogios por parte desses agressivos! Pra muitos a música é um momento de alegria e diversão, pra outros de calmaria

Música para idosos: relato da musicista Clara Klein

Embora eu tenha feito uma pasta pra cada um, eu também faço com que cantem músicas que não estão na pasta, pra exercitarem a memória. Há casas aonde eles conseguem articular mais rápido, então eu acelero mais. Há casas que já tem pacientes com dificuldade na articulação, mas adoram cantar, então o ritmo é mais lento. Sempre respeito os limites dos pacientes. Mas é bom também puxar um pouquinho pra que isso seja estimulante! Há casas em que os familiares visitam seu parente justamente no dia e horário da música, pra também poderem participar, pois é divertido e a música é de qualidade. A música une os participantes, diverte, alegra, exercita memória, sinapses neurais. E tudo isso é altamente profilático/curativo! Quando amamos o que fazemos, TODOS sentem! E respondem!”


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